25 de jun. de 2011

Vizinhos? Eu não curto.

Gosto dos vizinhos alheios, mas não dos meus. Já tive paciência demais, há anos atrás, quando eu não era a pessoa que sou hoje. Hoje, eu sou do tipo que passa batida de uma festa junina no bairro porque você não tem saco de encarar algumas pessoas que vivem no mesmo bairro que eu.

Comecemos pelo fato de que eu odeio morar aqui. Quando estou em casa, estou literalmente em casa. Não vejo motivo algum pra sair de casa. Sempre me perguntam das mesmas coisas, do mesmo jeito. Ou é da minha familia, ou do trabalho, ou se eu estou namorando. Não, não tô.

Acho que eu tomei raiva de todos os vizinhos daqui do bairro por causa de uma, especificamente.
Sempre frequentei a casa dela, e fui amiga da filha dela (que, hoje eu vejo, é mais falsa que nota de R$3,00) e sempre tratei a familia delas com o maior dos respeitos. Só, que eu não sou e nem nunca fui como a filha dela. Eu nunca troquei de namorado como quem troca de roupa, eu nunca dei pro cara mais feio do universo, só porque minhas amigas estavam dando igual a chuchu na serra, e eu queria fazer parte do 'clã'. Eu sempre fui mais reservada, até mesmo dentro de casa. Do tipo que os pais só tomam conhecimento de algum candidato a namorado porque ele vai realmente ser considerado namorado. Ela, não. A filha dela sempre levou vários homens em casa, sempre foi meio quenguinha... Era minha amiga, mas eu nunca me identifiquei com ela assim. Aliás, eu era amiga dela. Até enxergar, antes dos 15 anos, o quão falsa uma adolescente pode ser. E daí eu comecei o Ensino Medio logo depois e... Quando eu vi, estava literalmente afastada.

Graças a Deus.

A última lembrança que tenho dessa infeliz - a mãe dela - é de quando eu tinha por essa idade mesmo, por volta dos 15 anos. Nesta época eu era apaixonada por um colega de classe, fiquei com ele e, como não deu certo, fiquei com um colega de outra turma. Também não deu certo. Mas, isso ninguém sabia. Nem a filha, nem a mãe... E nem a minha mãe.

Eu sei que um dia a doente mental vira pra mim e fala: - Você deve ser sapatão, Valerie. Nunca aparece com homem aqui enquanto minha filha já namorou dois meninos!

Na época, eu fiquei sem ação. Eu lembro como se fosse hoje, a gente jogando rouba-montinho na mesa da cozinha dela, enquanto ela fazia pipoca pra gente e pros meninos, que esperavam começar o filme. Eu engoli em seco. Dentro de dez anos quase, eu nunca tinha me pronunciado, e nem contado nada a ninguém.

Meus pais sempre me ensinaram que eu deveria respeitar os mais velhos, acima de todas as coisas. Na época eu, inocente, não me dei conta de que a mais velha em questão estava ali me desrespeitando. Sorte que eu sou uma hetero muito bem resolvida, graças a Deus. Não que eu tenha algo contra quem curta colar velcro, comer boceta... Só não é a minha. Blerght!

Um dia eu me vinguei daquela filha de uma puta virgem! Estávamos reunidos na casa da minha irmã, no horario do almoço. Íamos todos almoçar na casa dela... Almoço em familia, como raramente conseguimos fazer, por conta dos horarios. Horario de almoço, gente. Chega filhaS, mãe, neta e genroS na casa da minha irmã. Ôh gente sem noção do caralho, viu!

Falou com minha mãe, pai, irmã, com a sogra da minha irmã, fez carinho na minha sobrinha, elogiou o cheiro da comida (típico de gente entrona!) e, quando estava saindo, e eu me levantei pra pegar coca-cola, ela diz:

"Oi, Valerie! Já tá namorando? Tua irmã, minhas filhas,... Todas casadas e você aí, solteira."

AH, cara! Eu sei que talvez não deveria, mas eu respirei fundo, olhei bem no fundo dos olhos dela e falei, como se fosse aquela pergunta de dez anos atrás:

"Engraçado como a vida é, não é mesmo? Não me incomodo nem um pouquinho! Até por que, casada ou não, o que importa é que eu sou feliz. Se eu estou ou não namorando não diz respeito a ninguém; só única e exclusivamente a mim."

E, pra quem acha que eu sou quietinha... Sinto desapontar, mas aqui não dá.
Só não mandei ela se foder porque, né, coisa boa a gente só deseja pra si mesma, e pras amigas próximas.

(e aqui a piada cabe super bem.)

3 comentários:

Karine disse...

Oi, Valerie!!! Você passou no meu blog e fiquei curiosa em conhecer o seu!!! Adorei o que vc disse. Onde moro atualmente, e será só até o final do ano, na ESpanha, numa cidade chamada Pamplona, é quase aquilo o que vc escreveu. Odeio morar aqui. O-DEI-O! Uma cidade que nada tem a ver com as outras mega cidades espanholas, tipo Barcelona, Madrid, Sevilla... Uma cidade onde o que domina éo Opus Dei e a xenofobia. Odeio esse lugar e não tenho um mínimo de prazer em sair de casa. E não sinto falta. Não vou pra rua porque TENHO QUE ESTAR NA RUA PORQUE SOU JOVEM... Não mesmo!!
E sobre a sua sei lá o que, abstraia, Valerie! Gente ruim há em todos os lugares. Pra te dar um abraço poucos são, mas pra te chutar, geral aparece!!!

Valerie disse...

Karine,

Eu vou escrever um e-mail pra vc e vc vai entender tudo! haha
Inclusive meu comentario.

=)

Bem-vinda, anyway!

Bjs

Carol Rodrigues disse...

Pois eu falaria mais e pior ainda
Desde a primeira vez huahuauhauh