11 de nov. de 2011

A minha primeira vez... (Parte 2)

(Pra ler a parte 1, clica aqui.)


a primeira coisa que fiz ao sair do prédio foi escrever um sms a uma amiga que eu sabia que ia curtir a minha decisão. e eu estava feliz porque eu estava estou precisada de resolver coisas na minha vida. umas confusões na minha cabeça devido a traumas (se é que pode ser chamado assim) do passado.

na entrevista, a doutora - que ainda não sei como chamarei aqui - foi super gentil comigo. preparou a sala (sala? ainda não estou acostumada com esses termos 'psicológicos'.), trouxe flores da rua, ligou o radio tocando uma musiquinha leve, abriu a persiana, pra deixar o sol entrar e me cumprimentou... acolhedor, eu diria, o clima do lugar. entrei...

meus dedos ficaram impacientes, eu não sabia por onde começar. ouso dizer que, se ainda tivesse aquelas unhas, teriam sido deterioradas naquele minuto. falamos de várias vertentes da minha vida em diversos aspectos: familia, amigos, trabalho, vida amorosa, vida sexual... falei tudo e mais um pouco.

incrível como uma completa estranha conseguiu tirar de mim as palavras que eu não consigo falar nem mesmo ao me olhar no espelho. outras, nem mesmo a mim em pensamento. incrível como apenas um "quem é você?" vindo da doutora desencadeou tantas coisas boas e ruins da minha vida.

não chorei. só chorei ontem, na segunda sessão. chorei pela fase boa que estou vivendo, pelo amor à familia, chorei em agradecimento a Deus por tudo o que ele anda me proporcionando de bom nessa vida... e, claro (antes que a ela se manifeste), chorei porque sou uma manteiga de marca maior. mas, como chorar por coisa boa é ótimo...

foi maravilhoso!

a ponto de terminar o dia escrevendo um e-mail pra ele dizendo um monte. e, oh, falar pra vocês que não me arrependo, e precisava daquilo pra continuar sã. (...) falei dele, claro. falei também do meu pai, da minha mãe, dos amigos mais próximos, do trabalho, de mim, de como eu estava me sentindo necessitada de compartilhar a minha vida com outra pessoa, que não fosse necessariamente uma amiga minha, pra quem eu confio a vida.

falei pra ela, também, da importância de cada pessoa pra mim, do que cada uma representa, do que me dói e deixa de doer, do que me orgulha, de quem me orgulha (beijo, amiga!) e de quem sumiu da minha vida e acha que eu tenho a obrigação de entrar em contato todos os dias pra mostrar que sou amiga e "care about him" (beijo, amigo!) e do meu lado pervertido que deu uma adormecida, mas que andava enlouquecidamente aceso.

claro que é sempre pouco tempo, mas aquela sessão pareceu ter durado a eternidade pra mim. mas, ao fim dela, eu me sentia uma pessoa melhor, me sentia mais eu (sim, eu sou definitivamente a valerie!), me senti amparada...

terapia na minha opinião nada mais é do que uma conversa franca entre duas pessoas. um tanto quanto (muito) narcisista. sem carinho, sem pitacos, sem abraços, sem beijos e nem mãos dadas como sinal de cumplicidade. a terapia definitivamente vai me ajudar a despertar o anjo e o monstro que existem dentro de mim. porque eles existem e eu dificilmente os liberto. e, puta merda, é isso que fode tudo.

next!

2 comentários:

Ma Albergarias disse...

Todos nos temos este lado Dr Jekill & Mr Hide...
Saber contabalançá-los é foda.
Nisto consiste a sanidade(?) humana.
Fez bem Valerie.
Meio caminho andado rumo aos seus projetos!

Mari Mari disse...

Eu nunca tentei, acho que não me sentiria a vontade pra falar sobre mim com um estranho.

Mas que bom que tá te fazendo tão bem, é isso aí!