16 de dez. de 2011

desabafo: familia e amizade.

falar pra vocês que eu ando na fase mais familia da minha vida. talvez seja pelo fato de estar me mudando (se tudo correr bem) em janeiro, mas de uns tempos pra cá eu me vejo ainda mais próxima da minha mãe, por exemplo. e eu tô feliz demais por isso! sim, porque, com todos os defeitos dela (sim, todos temos), eu me dei conta de uma vez por todas de que ela é a única pessoa no mundo inteiro com quem eu posso contar nos melhores e nos piores momentos.

na verdade, eu sempre soube. mas, de umas semanas pra cá eu tenho conseguido falar abertamente, sem travas. do que eu sinto, de quem eu sou, do que eu preciso e de tudo, simplesmente. ela é meu porto seguro. ela é aquela com quem eu chorei após ter me sentido humilhada (sim, essa é a palavra) em público outro dia. ela é aquela que tem sorrido junto comigo pelas besteiras que eu digo ou penso, é aquela pra quem eu digo exatamente tu-do que eu sinto.

olha, minha mãe sempre foi essa pessoa. mas, com uma série de problemas em familia que tivemos, eu acho que travei e me calei por alguns anos. acho que antes de tudo acontecer eu só tenho a lembrança de contar toda envergonhada pra ela do meu primeiro beijo. e, olha, já se passaram bem uns doze anos de lá pra cá...

decepções na vida todo mundo tem. coisas ruins acontecem na vida da gente... se afastar de pessoas queridas, sofrer por isso, entender, não entender, julgar, ser julgado, não admitir tudo o que foi escondido em meses ou anos quando na verdade tudo deveria ser dito e trabalhado para melhorar... agora, o que pouca gente que eu conheço tem é um relacionamento como esse que eu tenho com a minha mãe. pensa numa pessoa com quem você tem certeza de que pode contar. a minha mãe é essa pessoa. e ela é legal com os meus amigos, namorados, conhecidos, com a familia... e é exatamente como eu em temperamento: se doa às amizades e se fode. mas não se doa porque você quer se fazer presente, amiga não. é porque a gente se afiniza com as pessoas, tem carinho, amor (sim, "ame ao próximo como a si mesmo" diz tudo pra mim e por isso, sim, eu amo os meus amigos mais próximos) pelo outro. e muitas vezes isso não é compreendido, e acabamos sendo "over". minha mãe já sofreu com isso, eu também. terapia tá aí pra me ajudar. e, graças, consegui convencê-la, após contar que eu faço terapia, de que é uma boa sim. uma ótima, na verdade.

nem sempre ser carinhosa é uma boa coisa. nem sempre as pessoas enxergam que aquele carinho ou amor seja de verdade. sempre (sem-pre!) sou e fui julgada por ser assim: por me preocupar (talvez em demasia, mas é meu e eu nunca tenho intenção de ser invasiva... me preocupo mesmo), por querer o bem, por torcer... e, num caso recente, a minha terapeuta concorda comigo que raiva represada é a pior coisa do mundo. a pessoa não se permite falar como se sente, vai se emputecendo e depois não dá conta. normal.

o problema maior é que a gente muitas das vezes não enxerga os próprios erros. muitas vezes, a gente não se dá conta do quanto que humilhou, feriu, denegriu a imagem do outro na base da zoação, mas que no fundo magoou. e, sim, foi perdoado quase que instantaneamente, porque a amizade era o que mais importava naquele momento, porque o gostar era (é) de verdade. muitas vezes, a gente não se dá conta de quando uma pessoa conserta o que disse anteriormente foi por perceber que a outra entendeu completamente errado o que foi dito. (e óbvio, isso não faz de mim uma pessoa manipuladora). outras vezes, tudo o que foi feito é reconhecido e existe gratidão por tudo, mas infelizmente nem todo mundo é igual.

sou taxada de velha há alguns anos por pessoas da familia, amigos, ex namorados... entendo. todo mundo tem seu lado de velho. talvez pela personalidade, talvez pelos gostos, talvez por ser realmente um velho por dentro. mas, isso não quer dizer que eu não tenha 25 e não esteja aprendendo a viver. eu sorrio sempre, mas por fora, só quem me conhece (e talvez vocês, que me lêem) sabe que eu tive a maior decepção da minha vida dentro de casa mesmo. e isso me fez crescer. mas, isso também não quer dizer que eu tenha de ser essa velha sempre. e muito menos que eu já saiba de tudo da vida, e que tenha vivido o suficiente pra tomar todas as porradas da vida.

shit happen.

minha mãe diz que eu me dôo demais, que sou igual a ela... e depois acabo assim, decepcionada. não pelo que vinha acontecendo, e que eu sei que emputeceu. mas, pelo fato de ter me sentido humilhada. e, olha, isso é um sentimento que não desejo pra ninguém. principalmente se a humilhação vem por parte de alguém que você goste muito. mas, tudo bem... a vida ensina. e, eu posso apanhar pra aprender, mas eu aprendo. e, não, não sou indiferente, nem nunca fui. só que as pessoas têm entendimentos diferentes da vida. e, às vezes, infelizmente, mesmo que a maioria entenda e processe aquilo super rápido, demora para eu processar determinadas coisas.

eu queria ter dito tudo isso pessoalmente. mas, não. não consigo. sempre fui mil vezes melhor com palavras. não adianta eu chegar falando "quero falar" que não vai dar certo. nunca deu. sempre tentei, mas nunca deu. sempre vi um dedo apontando meus defeitos e em algumas vezes falando dos próprios. e não "aqueles de sempre", esbravejados a meio mundo. raramente me senti à vontade para falar o que sentia em relação a isso tudo, em relação à postura alheia comigo. e, como não deveria deixar de ser, me fodi.

mas, olha, tudo bem. a vida me ensina e vai te ensinar também. porque ser descrente do ser humano só pelo seu próprio sofrimento não é a melhor das defesas. se fazer de forte pro mundo lá fora quando no próprio mundo se é como eu ou qualquer outra pessoa também não. há de se ter coragem pra enxergar além do que se pode (tá bom que eu sou a única que não enxerga... vai vendo!) e trabalhar para melhorar dentro de si. porque ninguém vive feliz só se defendendo do que magoa.

há de se tentar perdoar, enxergar a si mesmo, autoanalisar o que as pessoas mais próximas podem achar errado. há de ser mais relaxado e deixar de ser tão escrachado em determinadas situações, há de se olhar mais e ver que as pessoas não enxergam apenas os meus defeitos e ver como se brinca ou deixa de brincar com alguém. magoa, viu? muito.

e, mesmo que eu tenha sorrido por muitas vezes, eu vi a minha imagem de pegadora sendo esculpida, fiquei puta, mas larguei de mão. não que eu não seja (assumo!), mas as pessoas não precisam saber de tudo. sem contar que eu não sou obrigada a dar o que é meu só porque é "legal". e, isso também não precisa ser dito na frente de uma pessoa em quem não confio, e que ainda vai surpreender. (sic -- #interna)

eu nunca falei, né? pois é. e não é só isso. foi só um exemplo. já vi vários posts me criticando e nunca retruquei. o porquê eu não sei, mas sei que eu precisava falar. pessoalmente, definitivamente, não dá. não sei. não posso. não consigo. e, finalmente, não quero. porque, quando um lado fala  em demasia, o outro acaba se calando em demasia. e, olha, me sinto com dez anos a cada indireta recebida via internet. acho ridículo e me calo. sou tão mais que isso... acho tão pequeno. mas, eu precisava dizer. quando a direta chega ao nível blog e você é exposto de tal forma (como em tantas outras vezes, quando deveria ter sido conversado) mais uma vez, você responde à altura da mesma maneira: no blog. não queria que meu blog servisse pra isso. mas, foda-se. a palhaçada começou assim... vamos terminar.

não sei como terminar o post. e, não precisa comentar, nem mandar e-mail, nem falar. a escolha foi feita, e não foi por mim. por mim, tudo seria conversado como duas pessoas adultas e civilizadas e tentaria resolver. aliás, por mim, eu falaria tudo isso e tentaria resolver. mas, ok. já que voltamos aos dez anos de idade, tô aqui dando meu troco, quando poderia estar bebendo, fumando ou relaxando. cansei. de humilhação (pública e virtualmente), de não ter 'permissão' de falar, e de ficar de #mimimi, ou rendendo homenagem.

what goes around, comes around. não te desejo a mesma humilhação. desejo (de coração) o bem de todos os 5. que sejam todos muito felizes na vida e continuem se amando desse jeito tão lindo de se ver. e, vou sentir uma falta do caralho de ser bem recebida, acolhida, de me sentir em familia quando muitas vezes não me sentia na minha própria familia. (é o que mais me dói, de coração) mas, a vida é assim mesmo. bola pra frente.

não queria nada disso, mas ok mais uma vez.

(...)

hoje, minha mãe é a pessoa que me dá mais apoio. e, graças a isso tudo, além de eu ter tomado mais uma porrada na vida e ter sofrido a segunda maior decepção da minha vida por conta da humilhação sofrida, eu cresci. mais que nunca. e, olha, vai ser difícil eu voltar ao normal. porque eu sou assim: demoro a pegar no tranco, mas, quando pego... fudeu. e, falar pra vocês, já não sou mais a mesma. de verdade.

agora chega. porque, né, chega de dar audiência.
isso é coisa do ibope, e não minha.



[no comments allowed porque não tô aqui pra bater palma pra maluco dançar às custas da minha vida. já errei assim uma vez e me arrependi]